domingo, 10 de maio de 2015

Órfãos de Pai vivo

1zQuantos filhos não trocariam muitos bens que possuem pela presença de um pai ou um simples gesto de amor dos seus progenitores?



O abandono afectivo tem vindo a projectar uma nova sociedade, com uma memória pouco positiva de amor, de carinho, de afecto e de cuidados. Filho que tem pais vivos mas não tem seu amor ou sua atenção, onde poucas vezes têm apenas ajuda financeira.
O abandono acontece geralmente após o divórcio ou separação dos pais e a figura que se faz ausente em grande maioria é o pai.
O que tem acontecido bastante hoje em dia, devido ao alto índice de separação conjugais é o distanciamento da figura paterna que chega a perder o contacto com os filhos, fazendo com que estes sejam verdadeiros órfãos de pai vivo. Contudo à casos em que os pais nem chegam a conhecer os filhos, ou porque rejeitam a mãe quando grávida, ou por e simplesmente não estão interessados em assumir qualquer tipo de responsabilidade.

Pais que agem dessa maneira esquecem que uma criança além de necessidades materiais tem muitas outras como: ser protegida, ser encorajada a enfrentar os desafios e , sobretudo ser amada. Esquecem que ser pai é muito mais do que uma questão afectiva. É uma questão moral. Quem tem um filho tem o dever moral de cuidar e de o proteger.

É exactamente essa a situação que Belita, uma jovem de 27 anos de idade e mãe de três filhos (uma menina e dois rapazes) vive.
Uma casa com um quarto, uma pequena cozinha improvisada e uma sala de estar, é onde os abriga, quer faça sol ou não, quer chova ou não.
Desde muito cedo teve que trabalhar como empregada domestica para levar um pouco de sustentabilidade para a família que esperava o fim do mês ansiosos. Em seguida com a chegada dos filhos, teve que empenhar-se mais para que não faltasse um pão que fosse os seus pequenos órfãos de pai vivo.
Dos três filhos, em nenhum dos seus registos contam o nome do pai. A ausência paternal, deu um rumo diferente na vida dessas crianças. Careciam de cuidados, materiais escolar e acima de tudo, carinho.
Belita, triste por essa situação teve que criar um negocio próprio, vendendo comidas caseiras para complementar a renda.
Em Cabo Verde o número de famílias monoparentais chefiadas por mulheres é cada vez maior. Segundo o INE representam 67.5% das famílias cabo-verdianas. Estas mulheres estão sujeitadas a uma sobrecarga de tarefas e tem que assumir o papel de pai e mãe, são estas famílias que se encontram marginalizadas, mais ligadas aos problemas de pobreza e desestruturação. Sendo assim, a principal consequência, são os filhos tornarem verdadeiros “Órfãos de Pai Vivo”.


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