Quantos filhos não trocariam muitos bens que possuem pela
presença de um pai ou um simples gesto de amor dos seus progenitores?
O abandono afectivo tem vindo a projectar uma nova sociedade,
com uma memória pouco positiva de amor, de carinho, de afecto e de cuidados. Filho
que tem pais vivos mas não tem seu amor ou sua atenção, onde poucas vezes têm
apenas ajuda financeira.
O abandono acontece geralmente após o divórcio ou separação
dos pais e a figura que se faz ausente em grande maioria é o pai.
O que tem acontecido bastante hoje em dia, devido ao alto índice
de separação conjugais é o distanciamento da figura paterna que chega a perder
o contacto com os filhos, fazendo com que estes sejam verdadeiros órfãos de pai
vivo. Contudo à casos em que os pais nem chegam a conhecer os filhos, ou porque
rejeitam a mãe quando grávida, ou por e simplesmente não estão interessados em
assumir qualquer tipo de responsabilidade.
Pais que agem dessa maneira esquecem que uma criança além de
necessidades materiais tem muitas outras como: ser protegida, ser encorajada a
enfrentar os desafios e , sobretudo ser amada. Esquecem que ser pai é muito mais
do que uma questão afectiva. É uma questão moral. Quem tem um filho tem o dever
moral de cuidar e de o proteger.
É exactamente essa a situação que Belita, uma jovem de 27
anos de idade e mãe de três filhos (uma menina e dois rapazes) vive.
Uma casa com um quarto, uma pequena cozinha improvisada e uma
sala de estar, é onde os abriga, quer faça sol ou não, quer chova ou não.
Desde muito cedo teve que trabalhar como empregada domestica
para levar um pouco de sustentabilidade para a família que esperava o fim do
mês ansiosos. Em seguida com a chegada dos filhos, teve que empenhar-se mais
para que não faltasse um pão que fosse os seus pequenos órfãos de pai vivo.
Dos três filhos, em nenhum dos seus registos contam o nome do
pai. A ausência paternal, deu um rumo diferente na vida dessas crianças.
Careciam de cuidados, materiais escolar e acima de tudo, carinho.
Belita, triste por essa situação teve que criar um negocio
próprio, vendendo comidas caseiras para complementar a renda.
Em Cabo Verde o número de famílias monoparentais chefiadas
por mulheres é cada vez maior. Segundo o INE representam 67.5% das famílias
cabo-verdianas. Estas mulheres estão sujeitadas a uma sobrecarga de tarefas e
tem que assumir o papel de pai e mãe, são estas famílias que se encontram
marginalizadas, mais ligadas aos problemas de pobreza e desestruturação. Sendo
assim, a principal consequência, são os filhos tornarem verdadeiros “Órfãos de Pai
Vivo”.
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